Paulo
Freire é considerado um dos pensadores mais notáveis na história da Pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.
Em 13 de abril de 2012, foi sancionada a lei 12.612 que declara o educador
Paulo Freire Patrono da Educação Brasileira.
Foi o brasileiro mais homenageado da história: ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford.
Foi o brasileiro mais homenageado da história: ganhou 41 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford.
O resumo da sua trajetória
No dia 19 de setembro de 1921 nasce em Recife Paulo Reglus Neves Freire. Mesmo nascendo em uma família de classe média, Freire vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, experiência essa que o levaria a se preocupar com os mais pobres...
Freire entrou para a Universidade do Recife em 1943, para cursar a Faculdade de Direito, mas também se dedicou aos estudos de filosofia da linguagem. Apesar disso, nunca exerceu a profissão, e preferiu trabalhar como professor numa escola de segundo grau lecionando língua portuguesa.
Em 1946, Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no Estado de Pernambuco, onde iniciou o trabalho com analfabetos pobres.
Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do Método Paulo Freire. Seu grupo foi responsável pela alfabetização de 300 cortadores de cana em apenas 45 dias. Em resposta aos eficazes resultados, o governo brasileiro (que, sob o presidente João Goulart, empenhava-se na realização das reformas de base) aprovou a multiplicação dessas primeiras experiências num Plano Nacional de Alfabetização, que previa a formação de educadores em massa e a rápida implantação de 20 mil núcleos (os "círculos de cultura") pelo País.
Em 1964, meses depois de iniciada a implantação do Plano, o golpe militar extinguiu esse esforço. Freire foi encarcerado como traidor por 70 dias. Em seguida passou por um breve exílio na Bolívia e trabalhou no Chile por cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação. Em 1967, durante o exílio chileno, publicou no Brasil seu primeiro livro, Educação como Prática da Liberdade, baseado fundamentalmente na tese Educação e Atualidade Brasileira, com a qual concorrera, em 1959, à cadeira de História e Filosofia da Educação na Escola de Belas Artes da Universidade do Recife... O livro foi bem recebido, e Freire foi convidado para ser professor visitante da Universidade de Harvard em 1969.
Com a Anistia em 1979 Freire pôde retornar ao Brasil, mas só o fez em 1980. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores na cidade de São Paulo, e atuou como supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980 até 1986. Quando o PT venceu as eleições municipais paulistanas de 1988, iniciando-se a gestão de Luiza Erundina (1989-1993), Freire foi nomeado secretário de Educação da cidade de São Paulo. Exerceu esse cargo de 1989 a 1991. Dentre as marcas de sua passagem pela secretaria municipal de Educação está a criação do MOVA - Movimento de Alfabetização, um modelo de programa público de apoio a salas comunitárias de Educação de Jovens e Adultos que até hoje é adotado por numerosas prefeituras (majoritariamente petistas ou de outras orientações de esquerda) e outras instâncias de governo.
Em 1991 foi fundado em São Paulo o Instituto Paulo Freire, para estender e elaborar as idéias de Freire. O instituto mantém até hoje os arquivos do educador, além de realizar numerosas atividades relacionadas com o legado do pensador e a atuação em temas da educação brasileira e mundial.
Em 2 de
maio de 1997, às 6h53 Paulo Feire vem a falecer devido a complicações em uma operação
de desobstrução de artérias, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo...
A Pedagogia da Libertação
A Pedagogia da Libertação
Painel
Paulo Freire no CEFORTEPE - Centro de Formação, Tecnologia e Pesquisa
Educacional da Secretaria Municipal de Educação de
Campinas-SP
Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).
No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político.
Obras
Paulo Freire delineou uma Pedagogia da Libertação, intimamente relacionada com a visão marxista do Terceiro Mundo e das consideradas classes oprimidas na tentativa de elucidá-las e conscientizá-las politicamente. As suas maiores contribuições foram no campo da educação popular para a alfabetização e a conscientização política de jovens e adultos operários, chegando a influenciar em movimentos como os das Comunidades Eclesiais de Base (CEB).
No entanto, a obra de Paulo Freire não se limita a esses campos, tendo eventualmente alcance mais amplo, pelo menos para a tradição de educação marxista, que incorpora o conceito básico de que não existe educação neutra. Segundo a visão de Freire, todo ato de educação é um ato político.
Obras
1959:
Educação e atualidade brasileira. Recife: Universidade Federal do Recife, 139p.
(tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação de
Belas Artes de Pernambuco).
1961: A
propósito de uma administração. Recife: Imprensa Universitária, 90p.
1963:
Alfabetização e conscientização. Porto Alegre: Editora Emma.
1967:
Educação como prática da liberdade. Introdução de Francisco C. Weffort. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, (19 ed., 1989, 150 p).
1968:
Educação e conscientização: extencionismo rural. Cuernavaca (México):
CIDOC/Cuaderno 25, 320 p.
1970:
Pedagogia do oprimido. New York: Herder & Herder, 1970 (manuscrito em
português de 1968). Publicado com Prefácio de Ernani Maria Fiori. Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 218 p., (23 ed., 1994, 184 p.).
1971:
Extensão ou comunicação?. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1971, 93 p.
1976: Ação
cultural para a liberdade e outros escritos. Tradução de Claudia Schilling,
Buenos Aires: Tierra Nueva, 1975. Publicado também no Rio de Janeiro, Paz e
terra, 149 p. (8. ed., 1987).
1977:
Cartas à Guiné-Bissau. Registros de uma experiência em processo. Rio de Janeiro:
Paz e Terra, (4 ed., 1984), 173 p.
1978: Os
cristãos e a libertação dos oprimidos. Lisboa: Edições BASE, 49 p.
1979:
Consciência e história: a práxis educativa de Paulo Freire (antologia). São
Paulo: Loyola.
1979:
Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 112 p.
1979:
Multinacionais e trabalhadores no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 226 p.
1980:
Quatro cartas aos animadores e às animadoras culturais. República de São Tomé e
Príncipe: Ministério da Educação e Desportos, São Tomé.
1980:
Conscientização: teoria e prática da libertação; uma introdução ao pensamento
de Paulo Freire. São Paulo: Moraes, 102 p.
1981:
Ideologia e educação: reflexões sobre a não neutralidade da educação. Rio de
Janeiro: Paz e Terra.
1982: A
importância do ato de ler (em três artigos que se completam). Prefácio de
Antonio Joaquim Severino. São Paulo: Cortez/ Autores Associados. (26. ed.,
1991). 96 p. (Coleção polêmica do nosso tempo).
1982:
Sobre educação (Diálogos), Vol. 1. Rio de Janeiro: Paz e Terra ( 3 ed., 1984),
132 p. (Educação e comunicação, 9).
1982:
Educação popular. Lins (SP): Todos Irmãos. 38 p.
1983:
Cultura popular, educação popular.
1985: Por
uma pedagogia da pergunta. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 3ª Edição
1986:
Fazer escola conhecendo a vida. Papirus.
1987:
Aprendendo com a própria história (com Sérgio Guimarães). Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 168 p. (Educação e Comunicação; v.19).
1988: Na
escola que fazemos: uma reflexão interdisciplinar em educação popular. Vozes.
1989: Que
fazer: teoria e prática em educação popular. Vozes.
1990:
Conversando com educadores. Montevideo (Uruguai): Roca Viva.
1990:
Alfabetização - Leitura do mundo, leitura da palavra (com Donaldo Macedo). Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 272 p.
1991: A
educação na cidade. São Paulo: Cortez, 144 p.
1991: A
Importância do Ato de Ler - em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez
Editora & Autores Associados, 1991. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo, v
4)- 80 p.
1992:
Pedagogia da esperança: um reencontro com a Pedagogia do oprimido. Rio de
Janeiro: Paz e Terra (3 ed. 1994), 245 p.
1993:
Professora sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho d'água. (6
ed. 1995), 127 p.
1993:
Política e educação: ensaios. São Paulo: Cortez, 119 p.
1994:
Cartas a Cristina. Prefácio de Adriano S. Nogueira; notas de Ana Maria Araújo
Freire. São Paulo: Paz e Terra. 334 p.
1994: Essa
escola chamada vida. São Paulo: Ática, 1985; 8ª edição.
1995: À
sombra desta mangueira. São Paulo: Olho d'água, 120 p.
1995:
Pedagogia: diálogo e conflito. São Paulo: Editora Cortez.
1996: Medo
e ousadia. Prefácio de Ana Maria Saul; Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987; 5ª
Edição.
1996:
Pedagogia da Autonomia. Rio de Janeiro: Paz e Terra.
2000:
Pedagogia da indignação – cartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo:
UNESP, 134 p.
2003: A
África ensinando a gente (com Sérgio Guimarães). Rio de Janeiro: Paz e Terra,
248 p.
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