A palavra Literatura vem do latim "litteris" que significa "Letras", e possivelmente uma tradução do grego "grammatikee". Em latim, literatura significa uma instrução ou um conjunto de saberes ou habilidades de escrever e ler bem, e se relaciona com as artes da gramática, da retórica e da poética. Por extensão, se refere especificamente à arte ou ofício de escrever de forma artística. O termo Literatura também é usado como referência a um corpo ou um conjunto escolhido de textos como, por exemplo, a literatura médica, a literatura inglesa, literatura portuguesa, literatura japonesa etc.
CONCEITUAR,
E NÃO DEFINIR, A LITERATURA.
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Não é de hoje que os estudiosos vêm procurando conceituar a Literatura de um
modo convincente e conclusivo. Porém por mais esforços que tenham sido feitos,
o problema continua aberto. E por quê? Ora, pelo simples fato de que nesse
particular, somente podemos usar conceitos, nunca definição.
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A Definição pertence ao campo da ciência. Definir é dar uma explicação precisa,
exata de algo. Assim, quando dizemos que água é [H2O], estamos dando uma
definição, pois os termos do enunciado correspondem à essência da água e tão
somente a ela. Além disso, tal definição é aceita universalmente, pois se
baseia no raciocínio, ou melhor, no emprego da razão.
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O Conceito, por sua vez, é feito de acordo com as impressões mais ou menos
subjetivas que cada um retira do objeto. Assim, quando conceituamos o amor,
este conceito é feito levando em conta a forma como esse sentimento se
manifestou em nós. Da mesma maneira, quando dizemos que "belo é o que
agrada", estamos tentando conceituar o "belo" de uma forma que
procura inutilmente ser universal. Basta uma análise superficial deste
enunciado para que ele se revele incapaz de satisfazer a todos. Tudo o que
agrada é belo? O que desagrada não pode ser belo? E quando um mesmo objeto
agrada uma pessoa e desagrada outra? O feio para uns não pode ser belo para
outros?
OS
CONCEITOS DE LITERATURA
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Não é fácil o trabalho de conceituar a Literatura. Por trás de todo conceito
haverá sempre um posicionamento crítico. Todavia, colocaremos alguns conceitos,
em relevo, para que possam fazer suas avaliações:
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Um dos mais antigos textos sobre o conceito de Literatura é a Poética, de
Aristóteles (que inaugurou a longa série de estudos). Nesse texto, o filósofo
grego afirma que "arte é imitação (mímesis em grego)". E justifica:
"o imitar é congênito no homem (e nisso difere dos outros viventes, pois
de todos, é ele o mais imitador e, por imitação, apreende as primeiras lições),
e os homens se comprazem no imitado". O que ele quer nos dizer é que o
imitar faz parte da natureza humana e os homens sentem prazer nisso; em
síntese, arte como recriação.
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A literatura nos permite viver num mundo onde as regras inflexíveis da vida
real podem ser quebradas, onde nos libertamos do cárcere do tempo e do espaço,
onde podemos cometer excessos sem castigo e desfrutar de uma soberania sem
limites. (Mário Vargas Llosa)
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Literatura é a imortalidade da fala. (August Wilhelm)
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É com bons sentimentos que se faz literatura ruim. (André Gide, escritor
francês)
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A distinção entre literatura e as demais artes vai operar-se nos seus elementos
intrínsecos, a matéria e a forma do Verbo. De que se serve o homem de letras
para realizar seu gênio inventivo? Não é, por natureza, nem do movimento como o
dançarino, nem da linha como o escultor ou o arquiteto, nem do som como o
músico, nem da cor como o pintor. E sim – da palavra. A palavra é, pois, o
elemento material intrínseco do homem de letras para realizar sua natureza e
alcançar seu objetivo artístico. (Alceu Amoroso Lima)
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A Literatura obedece a leis inflexíveis: a da herança, a do meio, a do momento.
(Hypolite Taine, determinista, século XIX)
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A Literatura é como as demais formas de arte, tem a capacidade de provocar no
leitor um estranhamento diante da realidade, como se a víssemos pela primeira
vez, sob um prisma diferente. (Chklovski, escritor russo)
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A Literatura é arte e só pode ser encarada como arte. É a arte pela arte.
(Doutrina da «arte pela arte», fins do século XIX)
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A Literatura é a expressão da sociedade, como a palavra é a expressão do homem.
(Louis de Bonald, pensador e crítico do Romantismo francês, início do século
XIX)
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O poeta sente as palavras ou frases como coisas e não como sinais e a sua obra
como um fim e não como um meio; como uma arma de combate. (Jean-Paul Sartre)
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A literatura é como o sorriso da sociedade. Quando a sociedade ela está feliz,
o espírito se lhe reflete nas artes e, na arte literária, com ficção e com
poesias, as mais graciosas expressões da imaginação. Se há apreensão ou
sofrimento, o espírito se concentra grave, preocupado, e então, histórias,
ensaios morais e científicos, sociológicos e políticos, são-lhe a preferência
imposta pela utilidade imediata. (Afrânio Peixoto, Panorama da Literatura
Brasileira)
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Literatura é a linguagem carregada de significado. Grande Literatura é
simplesmente a linguagem carregada de significado até o máximo grau possível. A
literatura não existe no vácuo. Os escritores como tais, têm uma função social
definida, exatamente proporcional à sua competência como escritores. Essa é a
sua principal utilidade. (Ezra Pound, poeta, teórico e crítico de literatura
norte-americano)
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Afrânio Coutinho, em suas "Notas de Teoria Literária", contribui com
este magnífico conceito: A literatura, como toda arte, é uma transfiguração do
real, é a realidade recriada, através do espírito do artista e retransmitida
através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma
corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma,
independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos
que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram
outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza,
diferente dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo
social. O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são
mais medidas pelos mesmos padrões das verdades ocorridas. Os fatos que manipula
não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas
gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um
julgamento das coisas humanas, um sentido de vida, e que fornecem um retrato
vivo e insinuante da vida. A Literatura é, assim, vida, parte da vida, não se
admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias,
tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens
e lugares, porque são as verdades da mesma condição humana.
•
A obra literária não é pura receptividade imitativa ou reprodutiva, nem pura
criatividade espontânea e livre; mas "expressão" de um sentido novo,
escondido no mundo, e um processo de construção do objeto artístico, em que o
artista colabora com a natureza, luta com ela ou contra ela, separa-se dela ou
volta a ela, vence a resistência dela ou dobram-se as exigências dela. [...]. O
artista é um ser social que busca exprimir seu modo de estar no mundo na
companhia de outros seres humanos, reflete sobre a sociedade, volta-se para ela,
seja para criticá-la, seja para afirmá-la, seja para superá-la. (Marilena
Chauí, Convite à Filosofia)
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Apesar das diferenças e por vezes antagonismos presentes nessa pequena
amostragem, podemos retirar dela alguns fatos inegáveis:
a)
A Literatura é uma manifestação artística.
b)
A linguagem é o material da Literatura, isto é, o artista literário trabalha
com a palavra.
c) Em toda obra literária percebe-se uma ideologia, uma postura do
artista diante da realidade e das aspirações humanas(Fonte:http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/278085)
Formas
literárias
Poesia
Provavelmente
a mais antiga das formas literárias, a poesia consiste no arranjo harmônico das
palavras. Geralmente, um poema organiza-se em versos, caracterizados pela
escolha precisa das palavras em função de seus valores semânticos (denotativos
e, especialmente, conotativos) e sonoros. É possível a ocorrência da rima, bem
como a construção em formas determinadas como o soneto e o haikai. Segundo
características formais e temáticas, classificam-se diversos gêneros poéticos
adotados pelos poetas.
Peças
de Teatro
O
teatro, forma literária clássica, composta basicamente de falas de um ou mais
personagens, individuais (atores e atrizes) ou coletivos (coros), destina-se
primariamente a ser encenada e não apenas lida. Até um passado relativamente
recente, não se escrevia a não ser em verso. Na tradição ocidental, as origens
do teatro datam dos gregos, que desenvolveram os primeiros gêneros: a tragédia
e a comédia.
Mudanças
vieram: novos gêneros, como a ópera, que combinou esta forma com (pelo menos) a
música; inovações textuais, como as peças em prosa; e novas finalidades, como
os roteiros para o cinema.
A
imensa maioria das peças de teatro está baseada na dramatização, ou seja, na
representação de narrativas de ficção por atores encarnando personagens.
Elas
podem ser:
Tragédia
Drama
Comédia
Ópera
Ficção
em Prosa
A
literatura de ficção em prosa, cuja definição mais crua é o texto
"corrido", sem versificação, bem como suas formas, são de aparição
relativamente recente. Pode-se considerar que o romance, por exemplo, surge no
início do século XVII com Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes
Saavedra.
Subdivisões, aqui, dão-se em geral pelo tamanho e, de certa forma, pela
complexidade do texto. Entre o conto, "curto", e o romance,
"longo", situa-se por vezes a novela.
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